* PERGUNTA 2

2. A EXPERIÊNCIA DE CANTARMOS A JOVEM GUARDA TEM ALGUM SIGNIFICADO ESPECIAL PARA VOCÊ? QUERO DIZER, COMO É REVISITAR UM PERÍODO QUE VOCÊ VIVEU 50 ANOS ATRÁS? QUE MEMÓRIAS, SENTIDOS E SENTIMENTOS ESSA EXPERIÊNCIA LHE TRAZ À TONA? NAIDE: Eu era a mais nova de 4 irmãs e elas ouviam no rádio essas músicas e eu acompanhava. Os sentimentos dessa época eram de jovens se apaixonando, namoricos e bailes, as roupas de domingo como chamávamos para essas ocasiões, os penteados e maquiagem, perfumes da Avon e o famoso Tabu. ELZA: Voltar à época da Jovem Guarda é muito gratificante, pois tenho muito boas lembranças daquela época. Ouvia todo o tipo de música, desde então. Muitos filmes musicais. Trilhas sonoras fantásticas. As memórias, de um modo geral, são de muita alegria, risos, cores, (eterno verão). Lembranças que fazem bem à alma. ZENIRA: Com certeza, cantar as músicas da Jovem Guarda tem um significado muito especial para mim, é como trazer a juventude para os dias de hoje, uma vez que as letras e os ritmos dessas canções ainda estão vivos. Vêm, à tona, muitas memórias, como sentar em um banco de praça para ouvir música em um rádio portátil ou ouvir só as músicas selecionadas em um toca fitas, naquelas tardes que pareciam intermináveis. MIRIAM: A Jovem Guarda me remeteu à "Auto-Escola familiar" (foto no Dauphine, batida por meu irmão=professor). Lembrei da ânsia do namoro, do foco em completar 18 anos, mas também da insegurança peculiar à adolescência. CÉLIA: O reviver a Jovem Guarda, através do estudo e execução em grupo de suas canções, faz aflorar, à memória, sentimentos de nostalgia e de saudades de uma época vivida, que remete à ideia de juventude, de grupos de amigos, de compromissos escolares, de muitas risadas, alegrias e dores existenciais próprias dos anos de formação ... Lembrança dos ídolos (nacionais) e dos programas musicais televisivos, que não se podia perder em hipótese alguma, sob pena de se curtir um sentimento de perda irreparável. Das matinês e das primeiras relações amorosas, platônicas e inseguras. CLÁUDIA: Para mim não tem nenhum significado especial cantarmos a jovem guarda. São canções que marcaram uma época, mas, quando garota, eu curti muito a bossa nova. Essa sim me traz muitas lembranças!! MARIA HELENA: 50 anos atrás?! Não! Parece que foi logo ali. O significado da J. Guarda, sentimentos, não foram nem os namoradinhos, vestidos, cabelos, mas quase a certeza dentro da turma, que tínhamos o poder do desafio, da afronta, mudaríamos o mundo, com a trilha sonora da J. Guarda. DULCE: Eu era ainda uma pré-adolescente, pobre e morando no interior, então, as minhas lembranças se resumem principalmente às minhas três irmãs que vinham da capital nas datas especiais. Achava elas muito chiques com seus vestidos, pantalonas, bolsas e cabelão com apliques. Faziam sucesso nos bailes, o máximo da vida social da vila, e eu ficava entupida de orgulho delas. ÁGUIDA: Pessoalmente não vivi os anos da jovem guarda, em razão da ter nascido posteriormente. Porém, tive forte influência e vivência com este repertório dentro da minha família, em contato com meus irmãos mais velhos, que apreciavam muito a música da jovem guarda. ANA: Antes ainda da pandemia, já havia um ar de nostalgia entre as componentes do Femina o que nos levou a definir a “Jovem Guarda” como tema de nossos cantos para o ano de 2020. O cancelamento dos encontros presenciais e o confinamento em nossas casas, favoreceu a busca por nossas memórias ao relembrarmos os momentos vividos em nossa juventude. A necessidade de se fazer um trabalho solitário para depois tornar-se um canto coral, nos estimulou a entrar com mais força nessas memórias. Além dos ensaios semanais com os professores, maestro e vocalize, onde a ênfase é o estudo e domínio das músicas, resolvemos estabelecer, encontros para “bate papo” onde a diversidade dos assuntos também permeia experiências vividas em nossa juventude. São momentos de descontração onde relembrando as músicas da “Jovem Guarda,” chegamos às reuniões dançantes nos clubes, centros acadêmicos, nas garagens de casa, aos encontros de amigo nas “matinês” e aos cinemas de rua em bairros; locais de convivência das “turmas” das décadas de 60 e 70. Apesar de termos origem de famílias diversas, é com alegria e divertimento que recordamos o primeiro baile, o primeiro namorado, a rotina dos encontros, as “turmas de amigos”, as excursões, as leituras, as revistas os gibis, os ídolos da música, do cinema, enfim momentos de vida intensa e que nos permitem ser hoje pessoas com condições mais favoráveis a dissimular os momentos de solidão e isolamento, buscando no grupo das “girls”, apoio e convivência mesmo que “on line”. VERA: Quando tu lançaste a ideia de músicas da Jovem Guarda, eu adorei. Na hora eu falei que este programa fez parte de minha adolescência e juventude. As “gurias” da minha quadra, de manhã, iam à missa das dez e já combinávamos qual o filme que iríamos assistir à tarde, às duas horas. Arrumávamo-nos, com tubinhos, fazendo conjunto com um bolero de mangas 3/4 ou saia justa e conjunto de ban-lon e íamos de bonde ao centro. (Geralmente era nos cines Victória, Imperial, Cacique ou Guarani). Voltávamos para casa e todas nos reuníamos em frente à TV para vermos Roberto Carlos e sua turma. Era uma brasa mora!!! Cada uma tinha o seu cantor preferido, mas todas gostávamos do Roberto Carlos.

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